Vivemos em mundo cheio de preconceitos,
no qual todos nós somos bombardeados com os padrões. Uma sociedade
predominantemente cristã e carregada de várias intolerâncias em relação à
sexualidade e à identidade de gênero. Nossas escolas são apenas uma reprodução
do que é a nossa sociedade, e isso tem que acabar! Não podemos mais aceitar o
preconceito sendo reproduzido no ambiente escolar, que deveria ser acolhedor.
Devemos parabenizar aos estudantes
que constroem o Coletivo LGBT e o Grêmio do Colégio Pedro II Campus São Cristóvão
pelo belo saiato que organizaram ontem contra a transfobia que ainda assola as
paredes dessa instituição sesquicentenária do estado do Rio de Janeiro. Escola
que todos os anos têm suas vagas oferecidas nos concursos, disputadas por
centenas de jovens que a veem como instituição de excelência. No entanto ainda demonstra que não se
desprendeu dos preconceitos, com uma atitude retrograda, em épocas que muito se
discute sobre os transgêneros, impedir @ alun@ de entrar na escola usando saia,
obrigando-o a utilizar o uniforme masculino. Devemos exigir respeito!
Temos que lutar e não admitir
qualquer tipo de preconceito existente nas nossas escolas! Seja o Colégio Pedro
II, nas FAETEC’s ou qualquer outra instituição. Devemos exigir respeito e
escolas acolhedoras, que não sejam ambientes que reproduzam o machismo, o
racismo, a homofobia, a transfobia, a lesbofobia, etc. A AERJ se coloca ao lado
dessa luta, pois devemos exigir nossos direitos: de ser quem somos e amar quem
quisermos!
O ato no CPII São Cristóvão
aconteceu ontem (02/09) durante o intervalo entre turnos. Os meninos colocaram
saias em protesto a um colega que foi impedido de andar na escola de saia, que
no momento era o que ele sentia bem em usar. Puxaram várias palavras de ordem e
fizeram parte do ato dentro e outra parte fora do Colégio. E contou com a
participação do Vice Presidente da AERJ Miguel Luiz Hauer Celestino: "Eu fico muito feliz de ter participado de um ato que rompeu com a educação sexista que recebemos nas escolas e também se expressou contra a transfobia. Esse ato mostrou que só seremos felizes por completo em um mundo, onde sejamos socialmente iguais, humanamente diferentes e totalmente livres."
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Miguel Luiz, vice-presidente da AERJ e Maitê Haical, diretora do grêmio do Colégio Pedro II São Cristóvão |
E a intolerância religiosa?
A AERJ também repudia a atitude da Escola
Municipal Francisco Campos que mostrou clara intolerância religiosa,
tendo a diretora havia avisado que não permitiria a presença de um estudante
usando guias ou quaisquer outros trajes característicos do candomblé. E
ele ficou impedido de assistir aulas por um mês tendo que mudar até de
instituição. Essa posição intolerante da instituição não é algo muito incomum
de se observar em todas as escolas do Rio de Janeiro.
Queremos respeito, queremos acolhimento e não intolerância.
Não queremos uma instituição que toma atitudes constrangedoras contra o
estudante que possui determinada religião ou crença. Vivemos num estado laico e
esse tipo de preconceito não deve ser aceito! A AERJ demonstra sua
solidariedade com o estudante.
Pedro Vitor Negromonte
Diretor de Combate a Opressões
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