Seguindo em um árduo processo de sofrer o
esquecimento por parte da SEEDUC ( Secretaria Estadual de Educação), que não
envia professores para a unidade, eles não tem quadra, ou espaços para
atividades físicas, um projeto arquivado há 30 anos! Fora a falta de uma
biblioteca que atenda a necessidade dos estudantes, falta bibliotecárias, salas
com superlotações e não climatizadas, e atividades extras que visam levar a
educação para fora de uma sala de aula, à educação como ela é de fato,
expansiva. Além disso tudo o C.E. Alzira Santos Silva sofre com um diretor
bastante autoritário, que barra os alunos de assistirem suas aulas, que, além
de pouca qualidade, tem que se usar calça tergal, que é um tecido caro, e de
pouca qualidade, que não tem durabilidade nenhuma. E o mais absurdo é que esse
diretor não permite a construção de um G.E. ( Grêmio Estudantil), que
reivindique a seus direitos nessa precária unidade escolar.
Como os descasos com a Educação nas escolas de
São João de Meriti tem se tornado comum, não permitir que queiramos mudar isso
é mostrar claramente para nós que a prioridade nesse
Estado
não é a educação.
Não achamos que tem que ser assim, e não há
repressão de ninguém que vão segurar a rebelião dos estudantes! Que boicotaram
a aula, na manhã do dia 19/05/2014, para serem ouvidos (em protesto, com muitos
cartazes, faixas, instrumentos e muito espirito de rebeldia), por seus
direitos. Formaram uma comissão com representantes do Movimento Estudantil e do
Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação do Rio de Janeiro (SEPE - RJ),
além alunos da unidade, para dialogarem
com o diretor, que após essa linda movimentação, foi obrigado a negociar com os
estudantes.
Enquanto a comissão dialogava, os estudantes
protestavam. E antes da comissão sair da reunião com o diretor, os estudantes
foram em passeata até o C.E. Murilo Braga no centro de São João, com muitas
palavras de ordem, barulho e criatividade. E os estudantes puderam também
contar com o apoio da população Meritiense que também sofre

Ao chegarem ao C.E. Murilo Braga fecharam a
rua, com palavras de ordem e cartazes para explicar aos cidadãos Meritiense que
estavam nos carros e ônibus o que se passava.
Mesmo não parando a rua de forma definitiva,
deixando sim os carros e ônibus passarem, guardas civis municipais, de forma arbitraria
, obrigaram os estudantes que eram em número mais de 60, a darem espaço para os
automóveis circularem. Obviamente não liberamos a rua tão facilmente assim, e
sem nenhuma sensibilidade, apitaram para que os carros andassem, não importa se
atropelasse alguém, o mais importante é a "ordem" da cidade, na
lógica egoísta de todos os civis, que ao invés de nos servir e proteger, eles
servem e protegem os ricos e as grandes empresas capitalistas.
O operador Taiser Worton O+ (liderado por João
Luís O+),empurrou a professora Samanta Philigret para que saísse da rua,
ofendendo-a, dizendo que ela estava manipulando a rebelião dos estudantes. A
professora, exemplar, combativa e militante nas lutas do Sepe, não abaixou a
cabeça para os militares, antes, defendeu os estudantes que ocupavam as ruas,
como uma mãe protege seus filhos. O professor César Milman entrou na frente
para amenizar o problema, e como se não bastasse, o mal criado Worton O+,
empurrou o professor e o acusou de mal educado, com o único intuito de
desmoralizar o professor na frente dos alunos. Que pena que Taiser não
conseguiu, pois esses professores que são nosso maior exemplo de luta e
resistência contra injustiças, não são apenas colaboradores do Estado, estão
nas ruas por investimentos e permanência educacional.
O
ato se encerra, na Praça da Matriz, com a fala da profª. Samanta, que puxou um
novo ato para sexta-feira (23/5), que se iniciará na porta do Murilo Braga, com
as mesmas pautas.
Os estudantes tiveram uma aula pública:
aprenderam que as coisas só mudam ao lutarmos para transformá-las com atitudes
práticas e centralizadas.

Álvaro Rocha
Presidente da UMES
(União Meritiense dos Estudantes Secundaristas)
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